Refugium foi uma residência artística no Presídio da Trafaria que acolheu 9 artistas alemães de diferentes disciplinas, durante 10 dias, em 2019.
O grupo procurava um abrigo temporário que permitisse que o ritmo habitual das suas práticas artísticas fosse perturbado, questionado, estilhaçado, revigorado ou simplesmente reanimado. Residindo no antigo Presídio, onde a história é contada pelo pó e pelas pedras quebradiças, foi lançado aos artistas o desafio de encontrar o seu lugar nesta paisagem arquitetónica especial e criar um ambiente de trabalho acolhedor que, simultaneamente, homenageasse este espaço.
Um visitante que entrasse no Presídio durante a residência, ouviria uma melodia a ser tocada por um violino na antiga capela, encontraria um estúdio de fitness construído no exterior e uma enorme instalação a cobrir o corredor entre as antigas celas que traduzia a experiência de se viver aprisionado – instalações que provavelmente fariam o visitante pensar nas relações entre arte e vida. Ao redor da mesa do jardim, encontraria múltiplas pinturas a secar e, nos troncos das árvores, pedaços de tecido acabados de colorir com resina dos centenários dragoeiros. Durante a sua contemplação, o visitante poderia ser interpelado por um exercício performativo, no qual os artistas se deixavam guiar pelos sentidos e exploravam o espaço através do movimento. No regresso a casa, encontraria outro artista com uma câmera, à espera da luz perfeita para capturar o enorme silo – um daqueles edifícios industriais que parecem ter uma sombra com as dimensões necessárias para engolir toda uma vila.
Esta residência contou com o apoio do programa de bolsas da Fundação Claussen Simon. Desde 2018 que este coletivo se encontra em residências e, em conjunto, pesquisam sobre o potencial que a interdisciplinaridade promove na abertura de horizontes que desafiam as suas práticas artísticas.
O portfólio REFUGIUM