Almar é um projeto de intervenção artística e programação sociocultural, desenvolvido no Sítio Arqueológico da Quinta do Almaraz, em Almada. O projecto promove a acessibilidade física e intelectual do Sítio, contribuindo para a partilha da pesquisa científica e a valorização deste património junto da comunidade local.
Convivem neste espaço o sítio arqueológico de um importante povoado de ocupação fenícia, hortas agrícolas e a sede dos escuteiros local. Durante o projeto, o envolvimento dos atores locais – hortelões, escuteiros, vizinhos e equipa do Museu Municipal de Almada – foi fundamental para o entendimento do lugar. As refeições diárias, abertas a todos, serviu de momento informal para a contínua partilha, discussão e fortalecimento dos laços entre os intervenientes.
A instalação artística criada para ser o Centro de Interpreção e Acolhimento ao público, lembra um pequeno templo em madeira, orientado para nascente em direcção ao estuário do Tejo e realizado em colectivo com recurso a técnicas simples para que todos participem. É um espaço polivalente, adaptável a diversos usos, que serve o convívio dos vários utilizadores – visitantes, técnicos de arqueologia e público geral. Aproveitaram-se 3 contentores, onde se instalaram um bar/copa, um WC e um gabinete de catalogação arqueológica. De um dos lados criou-se ainda um espaço com mesas para actividades variadas. Uma larga vitrine para exposição de artefactos faz a relação entre o espaço de trabalho dos arqueólogos e o espaço polivalente público. A pensar na preservação ambiental e dedicado aos hortelões, foi colocado nas traseiras um depósito para o aproveitamento das águas pluviais da cobertura.
Para apoiar as visitas guiadas, o Frame Colectivo construiu uma série de intervenções que marcam pontos específicos no território. São estruturas que convidam à paragem e onde texto e imagem nos conduzem sobre as características orográficas, geográficas e históricas do Sítio.
Em paralelo um rico programa de acções e actividades cruzou o património e saberes locais com debates em torno da salvaguarda de património, agricultura urbana, oficinas de cerâmica e gastronomia, como A Alimentação no Tempo dos Fenícios ou doce de piteira da Quinta. As intervenções artísticas passaram pela criação de uma serigrafia site-specific pelo Atelier SER, uma instalação-mural da autoria de Maja Escher e a performance/concerto com materiais tradicionais do som da terra, desenvolvido por Pierre Pierre Pierre e Louise.